Boi de Seu Teodoro faz 60 anos

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Boi de Seu Teodoro Faz 60 anos 

Em 25 de janeiro, o Boi de Seu Teodoro, tradicional grupo de cultura popular que reencena o auto do Bumba Meu Boi no DF, completou 60 anos. Criada em 1963, em Sobradinho, pelo maranhense Teodoro Freire (1920-2012), a tradição agora celebra o aniversário com feiras, festas e ações de educação patrimonial em diversas escolas públicas da capital federal, realizadas por meio de termo de fomento executado pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec).

Na sexta-feira (17/3), a Associação da Cultura Candanga, organização da sociedade civil (OSC) parceira no fomento, começou as apresentações para estudantes pela Escola Classe 11, em Sobradinho, onde 180 discentes, de dez turmas, de 1ª a 5ª série, acompanharam as evoluções de música-dança-teatro do Boi. Essas ações continuam em março, estendem-se pelo mês de abril e culminam com festança em 23 de junho, no Centro de Tradições Populares, reunindo forró, quadrilha, tambor de crioula e, claro, apresentação do Boi de Seu Teodoro.

“Meu pai criou o Boi por conta da saudade que sentia da festa no Maranhão”, revela Guarapiranga Freire, 41 anos, caçula de onze irmãos. Ele herdou – junto com o nome alusivo à praia de pescadores na Ilha de São Luís do Maranhão – a tarefa de divulgar o folguedo que, desde 2004, foi registrado como patrimônio imaterial do DF, por sua importância como legítima referência cultural da população. 

 

Ferreira Gullar

A primeira apresentação comandada por Teodoro Freire ocorreu na véspera do aniversário de Brasília, em 20 de abril de 1961, na Rodoviária do Plano Piloto, a convite do poeta Ferreira Gullar, então presidente da Fundação Cultural de Brasília (antiga Secec), no governo Jânio Quadros.

Gullar, também do Maranhão, trouxe o conterrâneo e seu grupo folclórico do Rio de Janeiro, onde haviam se conhecido, para participar do aniversário de Brasília. Dois anos depois, já assentado na nova capital, onde conseguira emprego, Teodoro busca a família e funda o grupo com seu nome.

Nas salas de aula, docentes aproveitam a lenda para reviver manifestações de musicalidade, religiosidade, dança e estudar as contradições legadas pela escravidão no Brasil. Na história, consolidada no Brasil em fins do século 18, o boi mais bonito de certo fazendeiro é morto pelas mãos de um escravizado negro (Pai Francisco), cuja esposa (Catirina), grávida, teve o desejo de se alimentar da língua do animal, que depois é ressuscitado e festejado. 

 

Cultura Local

A professora do laboratório de informática da EC 11 de Sobradinho, Taicy Ávila, acompanhou o percurso do Boi de Seu Teodoro na parte coberta do pátio da escola, onde as evoluções do grupo provocavam risos e palmas das crianças. “Acho muito importante, é um grupo daqui, faz parte da cultura local”, aprovou. Taicy explica que a escola valoriza a contação de histórias, sendo ela própria uma das professoras que trabalham com literatura.

A apresentação do Boi de Seu Teodoro também permite que os alunos tomem contato com ricos figurinos que sincretizam elementos africanos e indígenas e com um conjunto de instrumentos musicais regionais, como os pandeiros (feitos de couro de bode, de até meio metro de diâmetro, sem platinelas), matracas (chapas de madeira que produzem som agudo), maracás (chocalhos) e tambores-onças (um tipo de cuíca que imita o som do mugido do boi).

O termo de fomento tem duração de oito meses, seguindo até novembro deste ano. O valor é de R$ 500 mil e emprega em torno de 40 pessoas, com destaque para as costureiras, encarregadas de trabalhar combinações de cores, que mudam a cada apresentação. Além do circuito das escolas e da festa junina, o Boi do Seu Teodoro também estará em duas feiras de artesanato na Torre de TV, em abril e em julho, e em apresentações de tambores em julho no Parque Ana Lídia e na Torre.

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