A exposição Playmode, que estreia no Centro Cultural Banco do Brasil Brasília amanhã (07/02), explora o potencial lúdico dos games para provocar reflexões profundas sobre a sociedade e a condição humana. A mostra, capaz de ressignificar os jogos, é gratuita e ficará em cartaz até 02 de abril de 2023. Ao todo são 42 trabalhos de artistas e coletivos de 14 países que ocuparão a Galeria 1 e a Galeria 2 do CCBB Brasília. Os ingressos podem ser retirados no site.
A interação proporcionada nas obras de Playmode traz novas interpretações sensoriais e conceituais. “Os jogos criam um mundo à parte, alterando as nossas perspectivas e formas de ver as realidades que nos envolvem”, comenta Filipe Pais, que assina a curadoria da mostra ao lado de Patrícia Gouveia. “Buscamos obras que simbolizam a revolução digital que nós vivemos e que apresentem, pela linguagem da tecnologia, as necessidades básicas humanas de interagir, de se espelhar no outro e de resistir à imobilidade”, completa a curadora, que realizará uma palestra para o público, no dia 8 de fevereiro, durante a abertura do projeto.
Realizada pela primeira vez no Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia – MAAT de Lisboa, em Portugal, Playmode desembarcou no Brasil neste ano nos CCBBs Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo, chegando agora ao CCBB Brasília. A exposição tem patrocínio da BB Asset Management, gestora de fundos que oferece soluções de investimentos simples e inovadoras e, tradicionalmente, apoia projetos de alto valor cultural, como essa mostra, disseminando a cultura por meio do livre acesso à arte.
Ao realizar Playmode, o Centro Cultural Banco do Brasil oferece ao público a oportunidade de se relacionar com formas renovadoras de apresentação da arte, além de democratizar o acesso a obras nacionais e internacionais que proporcionam novas visões de mundo e convidam à reflexão.
Artistas
Em Playmode estão obras de artistas, coletivos e estúdios do Brasil, EUA, Japão, Suíça, Croácia, Grécia, França, Nova Zelândia, Irlanda, Bélgica, Itália, Portugal, República Tcheca e Alemanha. São eles: Aram Bartholl, Bill Viola + Game Innovation Lab, Bobware, Brad Downey, Brent Watanabe, Coletivo Beya Xinã Bena + Guilherme Meneses, David OReilly, Filipe Vilas-Boas, Harum Farocki, Isamu Noguchi, Jaime Lauriano, Joseph DeLappe, Laura Lima + Marcius Galan, Lucas Pope, Mary Flanagan, !Mediengruppe Bitnik, Milton Manetas, Molleindustria, Nelson Leirner, Pippin Barr, Priscila Fernandes, Raquel Fukuda + Ricardo Barreto, Samuel Bianchini, Shimabuku, Tale of Tales (Auriea Harvey e Michaël Samyn) e The Pixel Hunt.
Obras
Playmode apresenta 42 obras e, logo no início do percurso, destaca como o jogo serve a diferentes propósitos: evasão à realidade, construção e transformação social, subversão ou crítica dos próprios mecanismos da brincadeira. Uma das obras mais emblemáticas deste recorte é o “Xadrez Auto-Criativo” (2019), de Ricardo Barreto e Raquel Fukuda. A peça sugere uma reformulação desse jogo clássico. Os seis tabuleiros distribuídos nas mesas, previamente determinados pelos artistas, demonstram jogadas possíveis com as quais o público poderá interagir a partir de regras do xadrez.
Um outro grupo de obras aborda a experiência dos jogos como uma possibilidade de gerar novas leituras acerca de acontecimentos passados, servindo como ponto de partida para uma reflexão ampla sobre o papel dessas brincadeiras na sociedade e de que maneira elas contribuem para a formação de nossas identidades. É onde é apresentado o “Cubo de Dados” (1970), de Nelson Leirner. A peça se vale de quadrados clássicos e explora a geometria espacial, transformando a peça cúbica simples em uma escultura fractal.
O trabalho de Jaime Lauriano é embalado pelo futebol com a obra “Morte Súbita” (2014), um vídeo em que pessoas aparecem com a camisa da seleção brasileira cobrindo seus rostos, refletindo o poder do futebol no país na década de 1970; e a “A Taça do mundo é nossa”, obra que é uma réplica do troféu Jules Rimet da Copa de 1970, em que o Brasil de Pelé encantava os brasileiros.
Playmode também vai fundo no digital com vídeos e games que questionam a presença das crianças no mundo dos adultos e apresentam uma discussão sobre regras fixas e interações sociais livres. São jogos mais sóbrios e artísticos, que explicitam uma agenda ativista e pedagógica – em forte contraste aos clássicos jogos de entretenimento –, convocando a atenção dos visitantes e fazendo-os pensar de forma crítica sobre sistemas sociais, políticos e religiosos.
A mostra apresenta ainda brincadeiras e jogos que convidam os visitantes a ensaiarem novas formas de transformar a realidade. Os jogadores são levados a sonhar com soluções para o mundo real. Ao mesmo tempo, são desafiados às mais questionáveis tarefas. São obras com o seguinte apelo: coloque-se no lugar do “outro”.
Os povos originários também estão na mostra. Em “Huni Kuin” (2016), o antropólogo Guilherme Menezes apresenta um jogo de videogame sobre a cultura do povo indígena Kaxinawá, do norte do Brasil. Concebido em conjunto com indígenas, antropólogos, artistas e programadores, o jogo sugere reflexões sobre como os processos colaborativos podem contribuir para questionar o lugar dos humanos no planeta Terra. Foram quatro anos de desenvolvimento do projeto que pode ser conferido em Playmode.
Ingresso
- Entrada Gratuita, com retirada de ingresso no site
Ponto de Vendas
Mais informações
Exposição “Playmode” no CCBB Brasília
Data: 07 de Fevereiro a 02 de abril de 2023
Horário: Terça a domingo, das 9h às 20h30
Local: Centro Cultural Banco do Brasil Brasília – SCES, Trecho 2 – Brasília/DF
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