A violência física e psicológica, a dor, os amores e desamores, a objetificação e a opressão contra as mulheres são temas expostos em cena de maneira visceral e reflexiva. No palco, uma mulher (Camila Guerra) dá vida a vários contextos de opressão ao sexo feminino e celebra a existência do gênero destacando a ancestralidade e as lutas que permeiam a experiência de existir como mulher neste mundo.
A premiada peça Pedra(p)Arida volta em cartaz com recursos da Lei Paulo Gustavo de graça no Mês da Mulher. Apresentações de 28 a 30 de março, sexta e sábado, às 20h, e domingo às 19h, no Teatro Paulo Gracindo (Sesc Gama – SIND QD 1). Já de 4 a 6 de abril, também de sexta a sábado, às 20h, e domingo, às 19h, na Sala Yara Amaral do Sesi Taguatinga (QNF 24 – Taguatinga Norte). Gratuito. Retida antecipada em: https://linktr.ee/pedrapparida . Não recomendado para menores de 18 anos. Mais informações: Instagram: @pedraparida.
Inspirada no livro Syngué Sabour, do escritor franco-afegão Atiq Rahimi, e no filme intitulado em português A Pedra da Paciência, também dirigido pelo autor, a atriz brasiliense Camila Guerra resolveu, em 2017, pegar como mote essa obra para analisar os caminhos subterrâneos que engendra a mulher na luta pela sobrevivência.
O resultado, que contou com intensos meses de trabalho e reflexões em parceria com o diretor e coreógrafo brasiliense Édi Oliveira e com a dramaturga Ana Flávia Garcia, deu vida a Pedra(p) Arida, peça vencedora do prêmio Sesc Mais Cultura na categoria “Desenvolvimento Estético” e que compôs ainda a programação de importantes festivais como Cena Contemporânea e Festival Solos Férteis.
Processo
No filme A Pedra da Paciência passado no Afeganistão destruído pela guerra, uma mulher conta seus sofrimentos, sonhos, desejos e segredos para seu marido, um herói de guerra que está com uma bala alojada em sua nuca.
Tendo como mote inicial o longa, Pedra(p)Arida ganhou várias dimensões e profundidades que fizeram a atriz Camila Guerra e equipe refletirem sobre as dores, repressões ao gênero feminino desde sua existência.
“O filme me comoveu muito. Foi o ponto de partida. Mas, nossa peça não é uma réplica do filme. Foram muitos estudos e reflexões no intento de não cairmos no clichê de uma mulher de uma determinada cultura julgar a alteridade exposta em outras culturas. Pesquisamos muito sobre o Afeganistão. Também discutimos a condição feminina no Brasil. O intuito é deflagrar questões latentes, pois toda mulher no mundo em algum nível já foi violada. E que nossa emancipação real passa por ‘tirar esses véus’ de diversas situações nada confortáveis que a sociedade patriarcal impõe há séculos”, declara a atriz Camila Guerra.
No palco, o público poderá presenciar estes recortes reflexivos e poéticos, que colocam em evidência essa mulher oprimida/objetificada cheia de sonhos e desejos de se libertar. Em cena, os objetos se ressignificam constantemente, de modo a sugerirem metáforas, símbolos e imagens pungentes, duras e poéticas que fazem com que os desdobramentos temáticos desaguem uns nos outros.
“No processo colaborativo de criação da dramaturgia optamos por mixagens narrativas com interferências de mulheres históricas, emblemáticas, de geografias diferentes. Fizemos uma escolha coletiva de não fazer citações sobre a localização do espaço, dos territórios. O espetáculo deságua como os fluxos das águas em contraposição à aridez (pedra-terra)”, explica a dramaturga Ana Flávia Garcia.
E uma trilha sonora marcante promete impactar ao acompanhar a intérprete que dança, fala, se indigna e também silencia…. Cala!
“O lugar de fala é delas. Então, tive todo o cuidado de ouvir e pensar em cada detalhe. É uma peça que, de fato, coloca uma faca, um punhal sem filtros nas questões que as mulheres vivem desde sua ancestralidade. Neste trabalho, tiramos mesmo o véu para promover a reflexão e o acolhimento”, pontua o diretor Édi Oliveira, que contou com a assistência de direção da atriz e coreógrafa Juliana Drummond.
O projeto Pedra(p)Arida contará ainda com apresentações gratuitas, oficina e rodas de conversas.
Transporte gratuito para instituições socioculturais
A iniciativa prevê ainda ônibus gratuito para instituições socioculturais que acolhem mulheres em situação de vulnerabilidade social e estão localizadas próximas às Regiões Administrativas de Taguatinga e Gama. Interessados entrar em contato via direct do Instagram:@pedraparida ou no WhatsApp (61) 98324-7589 até dia 24 de março.
Oficina – A oficina “Workshop de Dança Contemporânea para Iniciantes e Iniciados”
será ministrada pelo diretor do espetáculo Édi Oliveira no dia 6 de maio de 2025, das 14h às 17h, no Sesc Ceilândia. Interessados também entrar em contato pelo direct do Instagram:@pedraparida.
Ingressos
- Entrada gratuita
*Retirada antecipada em: https://linktr.ee/pedrapparida
*Valores sujeitos a alteração sem aviso prévio.
Mais informações
Espetáculo Pedra(p)Arida
Data: De 28 de Março a 6 de Abril de 2025, Sexta-feira a Domingo
Horário: Sexta e sábado, às 20h, e domingo, às 19h.
Local: 28, 29 e 30/03 – Teatro Paulo Gracindo (Sesc Gama – SIND QD 1); 4, 5 e 6/04 – Sala Yara Amaral do Sesi Taguatinga (QNF 24 – Taguatinga Norte)
Classificação: 18 anos
Instagram: @pedraparida