Exposição Indomináveis Presenças

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Exposição Indomináveis Presenças

O CCBB Brasília recebe a exposição Indomináveis Presenças, entre os dias 19 de novembro de 2024 e 12 de janeiro de 2025. Saiba mais aqui!

O CCBB traz para Brasília a exposição Indomináveis Presenças, idealizada pela AfrontArt – Quilombo Digital de Artes, com patrocínio do Banco do Brasil, que ocupa o Pavilhão de Vidro, entre os dias 19 de novembro de 2024 e 12 de janeiro de 2025. O acesso é gratuito, mediante retirada de ingresso no site www.bb.com.br/cultura e na bilheteria física. A classificação indicativa é livre. Indomináveis Presenças conta com fomento da Lei Rouanet, do Ministério da Cultura.

Por meio da coletividade de 16 artistas, em diferentes estágios de suas carreiras, reunida em exposição com 114 obras, convida os e as visitantes a experimentar o mundo que emerge das margens das artes visuais no Brasil. E a percorrer um caminho através de narrativas estéticas e imaginários materializados em gravuras, fotografias, pinturas, performances, esculturas e obras geradas com recursos de inteligência artificial.

Para ocupar o Pavilhão, a curadoria convidou um coletivo diverso de artistas, oriundo de diferentes territórios do Brasil e que habita corporeidades racializadas. Nesse sentido, “oferecemos ao público imagens gestadas por pessoas que convivem com o apagamento, mas que ainda assim fazem emergir imagens de afirmação e de emancipação da vida negra, indígena, queer, e em estado de celebração”, descreve a curadora convidada Cíntia Guedes.

Ao explorar o conjunto de obras expostas, notabiliza-se a aposta curatorial, erguida por gente de pele escura, em revelar uma abundância imaginativa e sensível. A partir de perspectivas dissidentes, que desafiam o olhar colonial, está o compromisso em refecundar a vida – apesar da violência – e catalisar imaginários em direção a uma nova ecologia simbólica sobre cultura.

O processo de curadoria, demandou de Luana Kayodè e Cintia a capacidade de sonhar. “Abraçarmos o desafio de nos tornarmos íntimas de nossas divergências, abandonamos etiquetas identitárias, adubamos a teimosia e insistimos em desenhar outras rotas no mapa das artes visuais brasileiras e na recusa em servir ao mero entretenimento”, compartilham.

 

Sobre As Indomináveis Presenças

Natural de São Paulo (SP), Adu Santos, em seus processos artísticos de multilinguagem, pesquisa a chegada das instituições ao Brasil e investiga ausências e presenças no discurso da museologia. Vindo de Salvador (BA), Bernardo Conceição, artista multidisciplinar, desafia os limites do que os olhos veem para exibir novas formas de perceber o mundo. Seu conterrâneo, Bixa Tropical celebra a liberdade corporal e explora o tropicalismo brasileiro com sua arte quente e ardente, de cores intensas e personagens despidos.

De Corumbá (MS), Cosmos Benedito, pessoa transmasculina, autista e deficiente auditivo, explora temas como ancestralidade indígena a partir de diálogos entre artes visuais, instalação, memória e translinguagens, em obras que refletem a descolonização dos modos de ser, abordando o corpo como materialidade fronteiriça. Também soteropolitano, de Salvador (BA), Edgar Azevedo se destaca por capturar emoções e expressividade, transitar entre o real e o imaginário e celebrar a diversidade e a complexidade da experiência humana.

Multidisciplinar e que atua no eixo São Paulo (SP), e São Luís (MA), Panamby explora uma criação poética a partir de práticas corporais e sonoras, em obras transitam entre rituais, visagens e com abordagem que evoca o invisível. E vindo de São Roque (SP), Emerson Rocha retrata em seus trabalhos as experiências e o cotidiano da população negra no Brasil, um dos países mais racistas do mundo. Sua arte desmistifica o corpo negro, aborda a homoafetividade periférica e traz luz a temas como sonhos e futuro.

Com uma pesquisa que confronta a cultura hegemônica e os sistemas de arte e de comunicação, Gê Viana, de Santa Luzia (MA), pensa a história de seu povo Anapuru e o cotidiano afro-diaspórico indígena para desenvolver novas narrativas que celebrem dignidade e felicidade. Investigando modos de existência, a artista multidisciplinar Helen Salomão, de Salvador (BA), conecta, em seu trabalho, corpo e alma, identidade e memórias, enquanto aborda espiritualidade, ancestralidade e o afeto como cura.

Por meio da fotografia e do cinema, com uma abordagem poética, experimental e documental, Juh Almeida, de Catu (BA), explora afrovisualidades e utiliza sua arte para construir novos imaginários, entendendo-os como ferramentas de transformação social. Também do interior baiano, natural de Itapetinga, Lucas Cordeiro investiga as interseções entre espiritualidade, memórias ancestrais e contemporâneas através da fotografia e da escultura, numa reflexão sobre as dimensões espirituais e culturais.

Para pautar narrativas de corpos negros, originários e dissidentes, a baiana de Salvador, Mayara Ferrão exibe imagens geradas com inteligência artificial, fotografias, ilustrações e pinturas em uma produção que atravessa questões de ancestralidade, gênero, raça e cultura afro-brasileira. Entre representantes do Norte, a artista visual e performer Rafa Bqueer, de Belém (PA), atua entre arte-educação, moda, escolas de samba e arte contemporânea onde aborda questões raciais e LGBTQIAPN+.

Utilizando a fotografia para reescrever histórias apagadas pela colonização e abordando suas raízes indígenas, a travesti Rafaela Kennedy, de Manaus (AM), naturaliza e valoriza corpos que estão à margem, rompendo estereótipos. Para aborda a solidão de corpos negros e questões raciais em contextos LGBTQIAPN+, a carioca Rainha F, do Rio de Janeiro (RJ), explora simbologias matrimoniais para criar novas perspectivas sobre mecanismos de sobrevivência. E a também travesti, pessoa de dois espíritos, como se coloca, Uyra Sodoma, de Santarém (PA), é indígena em diáspora. Vivendo em território industrial no meio da floresta amazônica, se transforma na “Árvore que Anda” em suas performances que expandem o olhar sobre as relações entre floresta e cidade.

Para as curadoras, “a exposição, com sua abordagem conceitual, vai na direção enquanto método pedagógico e educativo, que, por meio de aspectos simbólicos, representa cura coletiva e reparação histórica de uma comunidade violentada e discriminada pela sociedade”, demarcam. E avaliam: “a ocupação de espaços de relevância, a exemplo do Centro Cultural do Banco do Brasil, representa um importante marco de resistência e abertura para as comunidades negras, indígenas e LGBTQIAPN+”.

Segundo Kayodè, “Indomináveis Presenças é como uma deusa guerreira Yorubá, sempre se apresenta com seus trajes e adornos completos. E nessa celebração contestatória se manifesta/expressa com suas ferramentas, armas, armaduras a postos, assim como uma realeza que não traz de forma arrogante/provocativa sua coroa nas mãos, mas sim na cabeça, para que não seja necessário ser anunciado de quem se trata e porque ali se encontra”.

E Cíntia complementa que a exposição colabora com o trabalho que tem sido feito por artistas racializadas ao redor do mundo para reflorestar o imaginário coletivo. “Estudamos as confluências narrativas e as pluralidades de linguagens manifestadas pelas artistas curadas, no desejo de que Indomináveis Presenças possa operar a re/decomposição do imaginário colonial”, conclui.

 

Ingressos

  • Entrada gratuita, mediante ingresso disponível no site bb.com.br/cultura ou na bilheteria física do CCBB.

 

*Valores sujeitos a alteração sem aviso prévio.

 

Mais informações

Exposição Indomináveis Presenças

Data: De 19 de Novembro de 2024 a 12 de Janeiro de 2025
Horário: De terça-feira a domingo, das 9h às 21h (entrada no espaço expositivo até 20h40)
Local: Pavilhão de Vidro do Centro Cultural Banco do Brasil Brasília
Classificação indicativa: livre para todos os públicos

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